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Sete componentes de uma instalação que você precisa observar para evitar acidentes com energia elétrica

acidentes com energia elétrica

Chegamos ao fim da campanha #energiaeletricasemacidentes, promovida pela OMS para informar os brasileiros sobre os perigos de choques elétricos, curtos-circuitos, incêndios e sobrecarga de energia. Foram dois meses de alerta em que publicamos posts e vídeos mostrando como acidentes com energia elétrica podem danificar aparelhos e equipamentos, paralisar atividades e, o que é pior, causar incêndios e até mesmo mortes.
Para encerrar essa campanha, vamos ver nesse post um resumo do que observar para evitar riscos normalmente ocultos, bem escondidos atrás de móveis, paredes e equipamentos. Mesmo as edificações com boas instalações elétricas estão sujeitas a problemas derivados do desgaste de cabos, parafusos e conexões. Por isso, o cuidado vale para todos.

Aumento do consumo x perigo de acidentes com energia elétrica

No mundo todo, há um consumo crescente de energia gerado pela aquisição de um número cada vez maior de equipamentos e eletroeletrônicos. Em geral, nossos sistemas elétricos não foram projetados para tanta carga.
“Antigamente você tinha chuveiros de 2500 a 3 mil watts. Hoje, você vai comprar um chuveiro e ele é duas ou três vezes mais potente do que isso. E uma boa parte das instalações residenciais não está preparada. E aí o que acontece? Sobrecarga e sobreaquecimento que vai derreter os cabos e poderá ocasionar curto-circuito. E voltamos àquela história: de cada dez incêndios, nove ocorrem por causa de sobrecarga no circuito elétrico” – explica Osmar Nascimento Costa, engenheiro- eletricista e diretor da OMS.
Portanto, mesmo que tudo pareça bem, é necessário verificar se todos os componentes da instalação estão em perfeito estado e adequados à demanda.

O que observar na instalação elétrica?

Uma instalação elétrica predial é composta basicamente de circuitos elétricos (de iluminação ou de tomadas, por exemplo), condutores que transportam a energia e pontos de utilização como tomadas e interruptores de luz.
Em nossas casas e empresas, podemos começar observando quadros de distribuição de energia, condutores (ou fios), disjuntores, dispositivo DR, dispositivo protetor de surto (DPS) e terminais, além de dispositivos temporários como benjamins (ou “tês”) e réguas.

Vamos lá:

  • Sua edificação tem um dispositivo diferencial residual (DR)? Ele é fundamental para proteger pessoas e animais de choques elétricos. O dispositivo DR desliga automaticamente a energia em caso de choque ou de fuga de energia em um circuito elétrico – quando uma criança coloca um objeto na tomada por exemplo. É obrigatório e deve ser instalado por profissional capacitado.
  • Fio-terra: também é obrigatório e protege aparelhos eletroeletrônicos como o chuveiro. Dependendo da intensidade, essa fuga pode até matar por choque elétrico. O fio-terra conduz essa fuga de corrente para que ela desvie total ou parcialmente do corpo humano. Quando levamos pequenos choques no chuveiro, por exemplo, isso pode ser um sinal de que não há sistema de aterramento em sua habitação. Prédios antigos costumam apresentar esse problema. Ao contrário, instale um bom sistema de aterramento na sua residência ou empresa. E nunca utilize o fio neutro (cor azul) como fio-terra.
  • Quadro elétrico de distribuição: é o coração do sistema. Dele partem todos os cabos que conduzem a energia aos ambientes de um edifício para iluminação, tomadas, chuveiros. É nele, também, que são instalados os dispositivos de proteção contra sobrecargas, curtos-circuitos, choques elétricos e sobretensão. Mantenha o quadro elétrico quadro de luz sempre limpo, ventilado e desimpedido, longe de botijões de gás.
  • Disjuntores: ficam dentro do quadro elétrico e desligam os circuitos em caso de sobrecarga no sistema elétrico. Quando desarmam, só devem ser religados após a identificação e conserto do problema. A corrente nominal do disjuntor deve ser compatível com o diâmetro dos cabos que conduzem a energia ao sistema. Por isso, a troca do disjuntor deve acompanhar sempre a avaliação de um profissional capacitado e caso necessário a substituição dos condutores. O valor do disjuntor, em amperes (A), deve ser compatível com a bitola do fio que levará a energia a determinado ponto.

    Exemplos:

Circuito Potência máxima Bitola do fio Disjuntor
Iluminação 1500 watts 1,5 mm² 15 A
Tomadas 2000 watts 2,5 mm² 20 A
Chuveiros e torneiras elétricas 6000 watts 6 mm² 35 A

Nunca aumente o valor do disjuntor ou do fusível sem trocar a fiação. Como vimos no quadro, deve haver equivalência entre eles.

Nota: no exemplo acima não estamos considerando fator de agrupamento.

  • Condutores: os ‘fios” e “cabos” precisam ter bitola e distribuição compatível com o uso. A menor bitola permitida por norma para circuitos de lâmpadas é de 1,5 mm² e, para tomadas, é de 2,5 mm². Quando aumentamos muito o consumo por acréscimo de aparelhos, por exemplo, a instalação elétrica pode precisar de redimensionamento. Além disso, cabos velhos e emendados podem gerar fuga de corrente, curtos-circuitos, incêndios e choques elétricos graves. Atualmente, há os chamados cabos “não halogenados”, que são antichamas e emitem baixa quantidade de fumaça e gases tóxicos em caso de incêndio.
  • Se a luz pisca quando ligamos um aparelho eletrônico, pode ser indício de que a fiação (condutores) precisa ser redimensionada. Isso ocorre porque a rede está sendo sobrecarregada ou porque os circuitos precisam ser redistribuídos. Um profissional capacitado precisa ser chamado para solucionar o problema.
  • Benjamins e extensões: esses dispositivos, quando seguem as normas, possuem indicação de capacidade máxima de corrente. Nunca ultrapasse esse limite ligando vários aparelhos ao mesmo tempo em um benjamin ou extensão. Somados, esses aparelhos podem ultrapassam a capacidade dos dispositivos. Os tês e extensões são soluções pontuais, e não permanentes. É melhor instalar tomadas novas quando houver necessidade de usar muitos aparelhos.

Agora você já sabe o que observar na sua instalação elétrica. É muito importante fazer uma avaliação técnica para verificar se o sistema está adequado à carga a que está sendo submetido. Veja a seguir o conselho do engenheiro-eletricista Osmar Nascimento Costa – o último da campanha “energia elétrica sem acidentes”. Obrigada pela participação de todos nessa empreitada. Juntos, atingimos mais de quatro mil pessoas no site da OMS e no nosso canal do Youtube. Abraço e até a próxima semana!

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