Parece que nunca vai acontecer conosco, mas as mortes por choque elétrico são um perigo real e escondido. Às vezes, esse perigo pode estar em uma fiação velha ou numa instalação sobrecarregada que precisa ser redimensionada.
Em residências ou prédios comerciais, a realidade é a mesma: consumimos cada vez mais, compramos mais aparelhos, computadores, chuveiros potentes, equipamentos que demandam grande fluxo de energia, e damos um jeitinho” de adaptar esses novos hábitos de vida às tomadas, fios e quadros de distribuição de eletricidade antigos.
Amontoamos benjamins (ou tês), réguas e, se possível, acoplamos uns aos outros, puxando um fio aqui e outro ali, fazendo remendos e extensões para “economizar”. Esquecemos de pensar que isso pode custar a vida dos equipamentos e a nossa própria. Sim, choques elétricos, que muitas vezes são o resultado de gambiarras e da falta de manutenção periódica dos sistemas de energia, matam realmente e são muito mais comuns do que imaginamos.
Mortes por choque elétrico e as estatísticas no Brasil
De acordo com a Abracopel –única entidade a levantar estatísticas sobre acidentes com eletricidade no país, 599 brasileiros morreram por choque elétrico em 2016. Houve um aumento de 1,5% em relação a 2015, quando foram registradas 590 mortes.
O Nordeste foi o campeão em mortes por choques elétricos, com 40% do total, seguido pelo Sudeste (19%), Sul (18%), Centro-Oeste (10%) e Norte (7%).
Somando todo tipo de acidente com eletricidade – choque, incêndio e raios – foram 1315 ocorrências que geraram 662 mortes em 2016. E a própria Abracopel salienta que esses números representam apenas uma parcela da realidade brasileira, pois se baseiam em notícias copiladas da imprensa. A instituição estima que o número real seja três a cinco vezes maior que esse total.
O conhecimento e a informação são ferramentas preciosas para a diminuição dos acidentes que, na maioria das vezes, poderiam ser evitados, seja em casa, no trabalho ou na rua. Regra geral, as instalações elétricas de uma edificação precisam de manutenção, redimensionamentos e instalações de dispositivos de segurança. Tudo começa com perguntas:
- Você sabe se sua casa ou empresa possui fio-terra?
- E um dispositivo DR? Nunca ouviu falar?
- Você costuma amontoar aparelhos em benjamins?
- Sabe o que pode provocar um curto-circuito?
- Como andam os quadros de distribuição de energia? E os condutores são compatíveis?
- O disjuntor costuma desarmar?
- A luz pisca quando você liga um aparelho?
A importância da manutenção periódica
Se você nunca fez essas perguntas antes, então pode estar correndo risco de choque elétrico, incêndio, curto-circuito e até de morte. Não é terrorismo, é realidade. “Nove em cada 10 residências que têm um incêndio, ele é causado por um curto-circuito ou uma sobrecarga. Ou seja: faltou manutenção, faltou uma instalação onde um profissional esteve presente. Não houve um projeto adequado para aquele ambiente” – diz Osmar Nascimento Costa, engenheiro eletricista da OMS.
Muitas vezes, só a manutenção periódica feita por profissionais é capaz de detectar superaquecimentos e problemas ocultos. Ainda que um sistema seja correto e bem projetado, as peças e cabos desgastam e exigem substituição para que não ocorram curtos-circuitos, incêndios e quedas que interrompam a produção.
No próximo post você saberá quais são os componentes básicos de um sistema elétrico e o que devemos observar em relação a cada um deles. Abraço e até lá!