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Desperdício de energia: o vilão da eficiência energética no Brasil

DESPERDÍCIO DE ENERGIA

Em nosso país, o desperdício de energia gera perdas bilionárias. Uma pesquisa da Abesco (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia) revelou que só entre 2013 e 2016 o Brasil desperdiçou 143.647 GWh (gigawatt/hora) de energia. Isso significa que jogamos no lixo R$ 61,71 bilhões! Esse valor é maior que o produto interno bruto dos 12 estados com menor PIB no Brasil.

O relatório da Abesco concluiu que o potencial de economia – aquilo que poderíamos ter economizado, mas desperdiçamos nos últimos três anos – “é equivalente a 1,4 vezes toda a produção de Itaipu em 2016”. E a pesquisa complementa: “seria o mesmo que desligar Itaipu mais de um ano inteiro”.  E mais: “O potencial de economia de energia nos últimos três anos (143.647GWh) daria para abastecer, durante um mês inteiro, a cidade de São José dos Campos, que tem 533.000 habitantes.”

Para o presidente da ABESCO, Alexandre Moana: “Hoje temos uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo. Porém, com altos níveis de desperdício”. Ou seja, investimos em geração, mas deixamos de lado a eficiência energética, não temos uma política nacional de uso racional da energia.

Desperdício de energia x alto potencial para economizar

De acordo com a pesquisa da Abesco, no ano passado o Brasil consumiu 460.380 gigawwatts/hora de energia. O consumo industrial foi de 164.254 GWh,  o comercial foi de 88.185 GWh e o residencial, de 132.893 GWh. Com base nesses valores, o potencial de eficiência energética do Brasil foi de 47,5 GWh em 2016, o que corresponde a aproximadamente 10% do consumo nacional. Se não houvesse esse desperdício de energia, teríamos uma economia financeira de 20,40 bilhões de reais. É dinheiro que jogamos no lixo ano a ano, no Brasil.

Brasil: o penúltimo do mundo em eficiência energética

Outro estudo recente que retrata o tamanho do desperdício de energia no Brasil vem do Conselho Americano para uma Economia Eficiente de Energia (ACEEE). O ACEEE analisou a eficiência energética das 23 maiores economias do mundo. E isso em quatro aspectos: esforços nacionais, edificações, indústria e transportes. Pelo segundo período consecutivo, o Brasil ficou em penúltimo lugar no ranking mundial de eficiência energética. Só não perdemos da Arábia Saudita quando o assunto é desperdício de energia.

E de quem é a culpa? Em geral, a ineficiência ocorre por uso de equipamentos que gastam mais energia do que deveriam. Ou pelo consumo irracional de eletricidade. Imagine se o país – isso inclui cada empresa, indústria ou residência – adotasse medidas de eficiência energética?

Já falamos aqui que um programa de eficiência energética pode gerar economia de até 80% na conta de luz. Se combinada à geração própria de energia, como a solar fotovoltaica, a eficiência energética aumenta ainda mais. Enquanto isso, o retorno do investimento torna-se mais rápido.

Se medidas de eficiência energética fossem adotadas de maneira sistêmica, usinas termelétricas poderiam ser desligadas. Além disso, a bandeira vermelha da Aneel (que encarece o preço da tarifa de energia) não precisaria ser acionada e a conta de luz ficaria mais barata para todos.  Então, evitar o desperdício de energia cabe a todos nós. Veja nesses links as dicas para reduzir o consumo e aumentar a eficiência energética em residências, empresas ou indústrias. Consulte também a pesquisa da Abesco para visualizar o relatório detalhado sobre o desperdício no país. E boa economia para todos!

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